DENTISTAS E OS DESAFIOS DURANTE A PANDEMIA DO COVID -19

 





As informações coletadas segundo o SINOG (Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo), apontam que entre 2013 e 2019, o mercado de planos exclusivamente, odontológicos cresceu anualmente, em média, 6%. 

Esse cenário otimista foi totalmente ameaçado com a pandemia do novo coronavírus.

Nós dentistas sentimos o impacto fortemente, principalmente mediante aos NOVOS protocolos de biossegurança exigidos, uma vez que alguns tinham fundamentos científicos evidentes e outros eram apenas especulações do mercado de venda de produtos sanitários.

Além desse desencontro de informações que geravam gastos financeiros em nossos consultórios, a cidade de muitos de nós passava por “lokdown” e acompanhávamos o vírus se espalhando globalmente.

Protocolos sugeriam apenas o atendimento emergencial antecedido de uma triagem via telefone ou rede social, outros exigiam uma anamnese criteriosa e alguns chegaram alertar para não emitir aerossóis no ambiente fechado, como o consultório odontológico. Mas como iríamos trabalhar diante desse contexto de dúvida e desinformações?

Não posso deixar de ressaltar que em torno disso tudo, existia uma população amedrontada pelo desconhecido vírus do COVID -19. E nós dentistas também nos encaixamos nesse cenário de medo.

Medo de nos contaminar, medo de transmitir o vírus para nossos familiares, medo de não conseguir arcar com as despesas, medo de perder o emprego, medo das consequências que esse cenário podia nos trazer, medo das incertezas, enfim o medo era eminente.

Em grupos de redes sociais destinados para nós dentistas, víamos colegas anunciando sua clínica ou consultório para venda, inúmeros colegas citando que foram desligados da empresa que trabalhavam e que buscavam por uma recolocação profissional.

Havia também aqueles empregadores que exigiam que o dentista trabalhasse durante toda essa incerteza, sem oferecer o mínimo de equipamentos de segurança, ou seja o profissional recebia por porcentagem x produção, tinha que arcar com sua biossegurança, sem saber se teria paciente para atender! Cabe aqui uma reflexão.

Todo esse contexto que citei anterior foi um pouco do que nós dentistas vivenciamos desde o início da pandemia.

Para aqueles que acreditavam que a vacina seria um conforto maior para nossa segurança, ela chegou para que muitos de nós pudéssemos trabalhar com mais tranquilidade.

O que quero dizer com essa postagem é que nós dentistas somos GRANDIOSOS e temos que nos valorizar e acreditar em nosso potencial.

Geramos saúde e merecemos respeito. Temos que estar sim inseridos em uti’s, tínhamos que estar na linha de frente durante a pandemia, principalmente em casos de urgência e emergência.

É necessário dizer que a pandemia abalou para a odontologia, muitos pilares importantes tanto emocionais quanto do empreendedorismo, entretanto hoje, fevereiro de 2022, acreditando que o pior já tenha passado, muitos de nós já voltamos ao trabalho e nossos clientes/pacientes já se sentem confortáveis e seguros para serem atendidos.

A odontologia Brasileira é referência mundial, não podemos esquecer disso.

Reitero aqui que cabe a nossa reflexão: o que aprendemos durante essa pandemia do COVID 19? Sabemos ser empreendedores? Como está nossa saúde mental? Os gastos que tivemos com novos protocolos sanitários foram resolutivos? Fomos apoiados por nossos conselhos ou entidades? Como buscar mais pacientes? Devo ou não investir em novas tecnologias? Invisto em cursos ou não? Como fazer uma publicidade assertiva?

E fica a maior de todas as perguntas: Como nós dentistas vamos empreender e inovar para  reverter os índices da queda de nossa produtividade apontados em 2020 e 2021?

Grande abraço a todos.

Cristiano Trindade

                        

Cirurgião - Dentista

Mestrando em Inovação e Propriedade Intelectual / UFMG



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