EMERGÊNCIA ODONTOLÓGICA DO PACIENTE COM COVID-19: REALIZAR O PROCEDIMENTO CLÍNCO EM CONSULTÓRIO, HOSPITAL OU PRESCREVER MEDICAÇÃO?
Em nossa profissão, sabemos como proceder clinicamente mediante a um paciente com um
abscesso, alveolite, pulpite, hemorragia ou qualquer procedimento emergencial necessário
de ser realizado na nossa cadeira Odontológica. Somos cientes, de que nem sempre uma
medicação será resolutiva em alguns casos.Como proceder nessa situação, se esse
paciente já informasse que está com o diagnostico da COVID-19, sintomático e em período de transmissão?
O que faríamos?
AVALIE: O paciente está neste exato momento realmente precisando da assistência emergencial clínica?
Neste procedimento emergencial o que decidir? O paciente está com COVID -19 e procurou pelo seu atendimento. Mas e a sua saúde? e de sua família? e sua equipe?
Seria uma negligência não atender? E a empatia?
Se eu não atender que profissional eu sou?
Se houver realmente necessidade emergencial e você disposto a executar o atendimento, então vamos lá!
QUAIS SÃO AS OPÇÕES?
- Prescrever uma medicação para aliviar a sintomatologia do paciente e referenciar ao médico para posterior atendimento
- Realizar o alívio da dor clinicamente
- Referenciar para atendimento em pronto socorro odontológico hospitalar ou em ambiente hospitalar
Uma avaliação criteriosa do procedimentos ser executado,é necessária.Tentar através de prescrição medicamentosa é a solução mais indicada.
Mas, e se o profissional optar em realizar o procedimento no consultório?
aí vão umas dicas:
- Inicialmente , sugiro preparar a sala, ambientes e fazer nossa biossegurança e de nossa equipe, com os equipamentos de proteção individual. Realizar higiene de mãos frequentemente,
preferencialmente com a lavagem rigorosa das mãos ou, com fricção
com gel de Álcool a 70% se não estiverem com sujidade visível por
no mínimo 20 segundos. Lavar as mãos antes e depois da retirada das
luvas. Secar as mãos com papel toalha.
- Proteger membranas mucosas de olhos, nariz e boca durante os procedimentos, que deverão ser selecionados de acordo com o tipo de atendimento. Compreendem as luvas, óculos e proteção facial com máscaras e também viseiras. Durante a anamnese e exame clínico poderá ser usada máscara cirúrgica e óculos de proteção. Em procedimentos onde serão gerados aerossóis, a máscara de escolha, que oferece melhor proteção deverá ser a N95 ou PFF2 ou respiradores reutilizáveis que deverão ser limpos e desinfetados a cada paciente de acordo com recomendações do fabricante.
- Retirar todos os adereços, como anéis, pulseiras, cordões, brincos e relógios para atender os pacientes.
- Todo o resíduo gerado no tratamento de pacientes bem como os equipamentos de proteção individual deverão ser descartados em lixo infeccioso, como regularmente é feito.
- Diagnosticar e planejar o procedimento que será realizado
- Fornecer bochechos com Peróxido de Hidrogênio a 1% antes de cada atendimento (Covid-19 é vulnerável à oxidação) ou Iodopovidona a 0,2% são recomendados para reduzir a carga salivar.
- Todo material a ser utilizado deve ser autoclavado
- Solicitar que o paciente entre sozinho para o atendimento
- Agendar um horário que não tenha outras pessoas na recepção
- Executar o procedimento
- Realizar desinfecção rigorosa do consultório (maçanetas, cadeiras, banheiro), com Hipoclorito de Sódio a 0,1% ou Peróxido de Hidrogênio a 0,5% e álcool a 70%. Todas as superfícies tocadas deverão ser desinfetadas, usar barreiras de proteção que devem ser trocadas a cada paciente. Há relatos de sobrevivência do novo coronavírus por 2 a 9 dias em superfícies.
Aguardar 4 dias e agendar o exame PCR a ser realizado (também pelos profissionais presentes durante a assistência) e aguardar o resultado.Caso dê positivo, aguarde os 14 dias, faça o exame sorológico e retorne as atividades, caso esteja preparado. Caso dê negativo, sinta-se apto para decidir o que lhe convém.
É fundamental estar ciente das consequências e riscos da decisão do atendimento clínico no consultório.
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